Sistema agrário futurista

O Alentejo apresenta condições propícias para o desenvolvimento da pecuária, a dimensão da propriedade agrícola (latifúndio) contribui diretamente para a prática da pecuária. A existência de um determinado e limitado conjunto de animais, numa dada propriedade agrícola possibilita a regeneração natural do pasto, a coexistência harmoniosa estabelecida entre a vida selvagem e a fauna domestica e aniquilam-se despesas inerentes à alimentação artificial das cabeças de gado e exige menos recursos humanos. Em oposição a criação de exemplares em regime fechado (minifúndio e microfundio), requer mais recursos humanos, alimentação artificial, a pastagem e o pisoteio excessivo poderão comprometer a regeneração natural do pasto e a simbiose entre as atividades humanas e a fauna selvagem, por norma, não existe. Se a pecuária for mantida em relativa harmonia com a biodiversidade adjacente, a reabilitação dos recursos naturais estimulará grandemente a exploração harmoniosa, promovendo a biodiversidade selvagem que sobrevive nos vários espaços agrários, existentes nas grandes propriedades latifundiárias. Exemplificando um agricultor do baixo Alentejo decidiu parar de pulverizar as suas culturas com pesticidas e com o aconselhamento de pessoal especializado, criou uma micro floresta no meio da sua propriedade agrícola com o intuito de providenciar abrigo e refugio para a avifauna. As aves suprimiram os insectos (pragas), promotores de prejuízos acentuados e irreversíveis. Desta forma simples e relativamente barata, conseguiu-se promover a exploração harmoniosa, a ausência de químicos e pesticidas, geradores de impactos avolumados na saúde pública e promotores de desconsertos ambientais alarmantes deixam de figurar. A rotação trienal de terrenos, na qual persiste um período de pousio que possibilita a reposição natural de nutrientes no solo, evidenciando um futuro incremento de produção, acabou por auxiliar também a vida selvagem. A zona inculta funcionará como berçário artificial para muitas espécies. O futuro só Zeus, o senhor do Monte Olimpo o saberá. A única coisa que atualmente sabemos ou supomos é que efetivamente a fauna continuará a sofrer uma perda considerável de habitat e a extinção começa a espreitar em todas as portas.