Jardins alimentares

Minúsculos trechos de terra permeável  podem e são efetivamente reaproveitados nos grandes aglomerados populacionais. As hortas urbanas mais do que uma necessidade de obtenção de genes alimentares, atualmente são uma nova moda (biomoda), uma forma engraçada de passar o tempo, mergulhando no silêncio atormentador( falta de comunicação e proximidade entre as pessoas) e na azáfama diurna, modelada pelos mecanismos citadinos. Blocos de terra subdivididos infinitamente, minúsculos canteiros subaproveitados que suprimem o silêncio das ruas homogéneas. A criação de pequenas hortas urbanas contribui efetivamente para a manutenção da simbiose valorativa estabelecida entre a biodiversidade citadina e as populações humanas. Nas povoações humanas escasseiam os green spaces, o que intensifica os processos de escorrimento superficial, e na eventualidade de um abatimento pluvial, as consequências serão imediatas.  As elevadas taxas de impermeabilização reduzem grandemente a capacidade de infiltração dos solos, as hortas acabam por operar como instrumentos físicos de regulação dos caudais de cheia. Os produtos originários desses espaços funcionarão como um meio através do qual os agricultores citadinos possivelmente aumentarão os seus rendimentos. Os pequenos green spaces, albergam uma multiplicidade destacável de espécies (formigas, lagartixas, pássaros e etc.), espécies que alimentam as nossas vidas movidas pelas ornamentações sociais, de alguma alegria  (menos silêncio). A gradação qualitativa, em termos de  fertilização dos solos com recorrência a resíduos orgânicos, diminui drasticamente a produção de resíduos urbanos (compostagem), e acabará benefíciando a  qualidade dos alimentos, pois utilizam-se essencialmente métodos mais biológicos. Na  realidade nem tudo são rosas, os jardins alimentares, em especial os mais próximos das vias de comunicação muito ocorridas, provavelmente concentram níveis perigosos de poluentes como o zinco e chumbo, níveis limites de poluição que poderão causar distúrbios acentuados na saúde pública. A solução passa provavelmente pela implementação de reformas ambientais fortes no sentido de proteger a qualidade dos produtos criados nos grandes núcleos populacionais, desenvolvendo mecanismos através dos quais possamos diminuir a poluição urbana e criar plataformas de consciencialização dos cidadãos de forma a garantir que todos sejamos mais bioativos.

 

Mega empreendimento energético

barragem das três gargantas, no rio lansequião (maior rio da Ásia), na república popular da China, tem capacidade para produzir energia para metade do país. A albufeira apresenta uma extensão de 643,7 km e uma largura média de 11 km, cerca de quatro vezes maior do que o Alqueva (maior lago artificial da Europa). As barragens são barreiras engendradas que inibem as rotas migratórias da fauna piscícola, impossibilitando a reprodução/desova da fauna subaquática, fomentando um retrocesso do ciclo ecológico. A água estagnada ostenta condições vantajosas para a condensação de insectos, nomeadamente mosquitos (nematocera), evidenciando um possível e futuro acréscimo de patologias inerentes à concentração excessiva de nematoceras. A eutrofização (aparecimento /desenvolvimento de algas verdes, que absorvem todo o oxigénio, acabando por matar a fauna piscícola), este processo acentua-se sazonalmente (verão), no entanto, a estagnação da água em convergência com os elementos externos que vão interagir directamente com a sua composição físico-química, colocam em causa a qualidade da água consumida e a sobrevivência dos seres vivos que dela necessitam. A subida do nível da água em 2009, após a finalização do empreendimento energético, destruiu toda a vegetação ribeirinha, obrigou ao realojamento de cerca de 1,9 milhões de pessoas, de duas cidades, onze vilas e cento e dezasseis aldeias, inundou também cerca de 28.800 hectares de terrenos agrícolas férteis, dos quais careciam muitas famílias. O controlo dos caudais de cheias sazonalmente, o aproveitamento turístico-balnear , a grande capacidade de produtividade eléctrica e a consequente redução das emissões de carbono(centrais termoeléctricas) , conduziram ao veredicto positivo, quanto á construção da barragem das três gargantas(maior obra humana de sempre). A edificação de descomunais empreendimentos, deveriam ter sempre em conta o respeito pela biodiversidade existente, mas a promulgação de medidas de contra-partida, tão importantes como a grande necessidade de redução das emissões de carbono, domam, por vezes, a protecção aparente da biodiversidade. Ambas as questões, devem ser paralelamente ponderadas, não devemos obviamente continuar com a proliferação de empreendimentos energéticos, mas sim aumentar a capacidade de produção energética das barragens existentes. 

Terra fria

O Parque Natural do Montesinho, localiza-se no extremo nordeste português, alberga endemismos ibérios e lusitanos extremamente raros e frágeis, espécies que sobrevivem nos bosques caducifólios nortenhos à milhares de anos.O Carvalho Negral, pertence a par de mais de seiscentas espécies de árvores ao género quercus, este género é endógeno do hemisfério norte. O Carvalho Negral elege climas mais húmidos, onde os níveis de pluviosidade são mais acentuados e o solo detém níveis relativamente regulares de humidade durante o decorrer do ano, porém não significa que não exista em zonas mais agrestes com verões abundantemente árduos. A maior centralização deste tipo de massa florestal, em Portugal esta localizada a norte do rio Douro (Trás-os-Montes e Alto Douro), alcançando a sua expressividade máxima na serra do Nogueira.  O gato bravo (Felis silvestris silvestres), alimenta-se e reproduz-se na terra fria à milhares de anos, felídeo com cerca de 60 cm de comprimento e 10 kg, aproveita a sua audição, visão e olfato extremamente apurados para se alimentar.  A existência de uma ave, erradamente equiparada ao Açor, pelos primeiros colonizadores portugueses, determinou a intitulação do arquipélago atlântico, como Arquipélago dos Açores. O Açor é uma ave de rapina com um porte avultado, bico e garra extraordinariamente fortes, óptimos para a batalha entre a vida e a morte.  Quando o amarelo pinta  os bosques selvagens, o veado desperta sexualmente, os veados (cervideos) são mamíferos ruminantes que se deslocam apoiando no solo a última falange dos dedos protegidos por cascos. A víbora cornuda aparece por entre a folhagem seca, que cobre o solo, as pedras aquecidas pelos raios primaveris são locais ideias para descansar e aquecer a sua temperatura corporal (poiquilotérmico). A terra fria permanecerá intemporalmente erma de alarido e gélida de aquecida.

Sistema agrário futurista

O Alentejo apresenta condições propícias para o desenvolvimento da pecuária, a dimensão da propriedade agrícola (latifúndio) contribui diretamente para a prática da pecuária. A existência de um determinado e limitado conjunto de animais, numa dada propriedade agrícola possibilita a regeneração natural do pasto, a coexistência harmoniosa estabelecida entre a vida selvagem e a fauna domestica e aniquilam-se despesas inerentes à alimentação artificial das cabeças de gado e exige menos recursos humanos. Em oposição a criação de exemplares em regime fechado (minifúndio e microfundio), requer mais recursos humanos, alimentação artificial, a pastagem e o pisoteio excessivo poderão comprometer a regeneração natural do pasto e a simbiose entre as atividades humanas e a fauna selvagem, por norma, não existe. Se a pecuária for mantida em relativa harmonia com a biodiversidade adjacente, a reabilitação dos recursos naturais estimulará grandemente a exploração harmoniosa, promovendo a biodiversidade selvagem que sobrevive nos vários espaços agrários, existentes nas grandes propriedades latifundiárias. Exemplificando um agricultor do baixo Alentejo decidiu parar de pulverizar as suas culturas com pesticidas e com o aconselhamento de pessoal especializado, criou uma micro floresta no meio da sua propriedade agrícola com o intuito de providenciar abrigo e refugio para a avifauna. As aves suprimiram os insectos (pragas), promotores de prejuízos acentuados e irreversíveis. Desta forma simples e relativamente barata, conseguiu-se promover a exploração harmoniosa, a ausência de químicos e pesticidas, geradores de impactos avolumados na saúde pública e promotores de desconsertos ambientais alarmantes deixam de figurar. A rotação trienal de terrenos, na qual persiste um período de pousio que possibilita a reposição natural de nutrientes no solo, evidenciando um futuro incremento de produção, acabou por auxiliar também a vida selvagem. A zona inculta funcionará como berçário artificial para muitas espécies. O futuro só Zeus, o senhor do Monte Olimpo o saberá. A única coisa que atualmente sabemos ou supomos é que efetivamente a fauna continuará a sofrer uma perda considerável de habitat e a extinção começa a espreitar em todas as portas.



Lobo-ibérico (Canis lupus signatus)

De acordo com as estimativas de alguns investigadores as populações de lobo-ibérico rondam os 2000 indivíduos, dos quais 300 sobrevivem em território nacional. A espécie apresenta uma  cabeça possante com orelhas pontudas, embora pequenas, a pelagem é homogénea variando entre o castanho/amarelado e o cinzento, membros vigorosos e fortes. Em Portugal a espécie centraliza-se essencialmente a norte do rio Douro, sobrevivem ai cerca de 60 núcleos populacionais, a sul do Douro existem presentemente cerca de 10 aglomerados populacionais relativamente ameaçados devido fragmentação territorial, e a muitos outros factores.  
 O lobo é o segundo maior carnívoro da península ibérica, só suplantado pelo urso. Os carnívoros controlam as populações de herbívoros, mantendo as manadas activas e saudáveis, pois caçam quase exclusivamente os mais fracos e debilitados, contribuindo directamente para a melhoria da herança genética (ADN) das gerações futuras.
A afeição dos lobos perante as suas crias, desmente a fábula do ilustre capuchinho vermelho, se não interferirmos com a sua integridade colectiva, o lobo não representará qualquer perigo para as pessoas, no entanto, existam espécies mais agressivas do que outras, o lobo-ibérico é uma subespécie de lobo cinzento, não é efectivamente das mais agressivas.  O canis lupus signatus, foi perseguido durante séculos por agricultores, caçadores furtivos e comerciantes de peles, actualmente a sua importância ecológica é reconhecida e está protegido pela forte legislação comunitária. O centro nacional de recuperação e valorização do lobo-ibérico na tapada de Mafra e o parque biológico da serra da Lousã mostram aos mais jovens a importância deste exímio predador quanto à estabilização da cadeia alimentar. Proteger a biodiversidade depende de todos, a sua vontade faz a diferença.

   
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Parque Nacional do Cabo Pulmo (México)

As reservas piscícolas, no Parque Nacional do Cabo Pulmo, na costa leste do México (Península de Baja), quintuplicaram nos últimos dez anos. As áreas protegidas antecipam-se como aliados na protecção da biodiversidade, acabando por desempenhar um papel extremamente marcante, quer na protecção direta da biodiversidade quer na repovoação das áreas circundantes. As comunidades fragilizadas recuperam e ao recuperarem, alguns espécimes, são obrigados a procurar novos territórios, posteriormente esses exemplares irão povoar áreas actualmente desabitadas. Se efectivamente conseguíssemos recuperar as populações selvagens, nas áreas protegidas, todos nós acabaríamos por benfeitorizar, uma vez que a nossa própria sobrevivência, depende diretamente da protecção da biodiversidade. Com o restabelecimento dos recursos marinhos no parque do Cabo Pulmo, as áreas adjacentes, onde se pratica a pesca de forma moderada, beneficiaram involuntariamente. A pesca, desde que seja practicada de forma eficiente e sustentável, não causará impactos negativos na biodiversidade.  Nas áreas onde a biodiversidade marinha é mais reduzida, os perigos de extinção acentuam-se. A aquacultura reduz nitidamente o volume de pescado retirado dos mares e consequentemente protege a biodiversidade marinha, no entanto acarreta alguns problemas, nomeadamente a poluição das águas. Na realidade devemos encontrar um meio termo entre a exploração das actividades marinhas diretas e indiretas (pesca/aqualcultura), para garantirmos a salvaguarda de um património natural generalizado.


Montanhas Dragão (Drakensberg)

O dia nasce iluminado uma paisagem antiga.
A cadeia montanhosa é constituída fundamentalmente por rochas duras e resistentes como o granito e o basalto.
O granito, forma-se quando a solidificação do magma ocorre no interior da crusta terrestre, o arrefecimento lento, possibilita o aparecimento de cristais, por sua vez, o basalto forma-se quando a solidificação do magma ocorre à superfície terrestre, com o arrefecimento rápido, os cristais são pouco visíveis. As pinturas rupestres, elementos culturais deixados pelos nossos antepassados, revelam-nos que a presença do elande nesta zona é antiga. O elande é o maior antílope de África, apresenta um dimorfismo sexual acentuado e desloca-se em pequenos grupos, durante a altura do cio as fêmeas libertam odores característicos que despertam a atenção dos machos, originado lutas. O período de nascimento das crias coincide com a estação das chuvas. Nos meses de maior índice de pluviosidade a biomassa vegetal é maior, esta adaptação garante às crias maior abundância de alimento. Todos os anos, a espécie cursa as vertentes das montanhas Dragão (deslocações sazonais) em busca de pastos mais frescos e nutritivos (pastos sub-alpinos). Os pastos sub-alpinos são constantemente varrida pelos fortes ventos, acondicionando o desenvolvimento da flora arbórea. Outro habitante da cadeia montanhosa é o babuíno, o babuíno escala diariamente as escarpas e os socalcos mais inóspitos.  A desparasitação social é frequente entre os primatas, os animais livram-se dos parasitas e reforçam a hierarquia do grupo. As formigas fogo também abundam neste sistema montanhoso, as sociedades das formigas são semelhantes às das abelhas, existe uma rainha que produz feromonas (substância química que influência e controla o comportamento das obreiras). As formigas fogo, são agricultoras, criam fungos, alimentam-nos no interior do seu ninho. As lendas locais evocam-nos futuristas, os abutres e os grifos são os serviços municipais de limpeza da natureza. Após a absorção de todos os tecidos moles por parte dos serviços municipais de limpeza da natureza, começa a manja dos quebra-ossos. Os sucos gástricos extremamente potentes, que tem no estômago garantem a fragmentação do osso. A espécie encontrou algumas formas de aproveitar uma matéria practicamente desaproveitada na natureza, o osso, no seu interior encontra-se o tutano, mais nutritivo que a carne. O quebra-ossos agarra os ossos com o seu bico extraordinariamente forte e sobrevoando uma zona rochosa, lança-o a muitos metros do chão. O forte embate, por norma, quebra-o.
Os gigantes magmáticos erguidos pelas forças misteriosas da natureza, demarcam-se na paisagem a quilómetros de distância e são os grandes aliados da fauna da África-Austral, espécies que encontraram nestas montanhas selvagens, abrigo e alimento.   

Vinho

Os helénicos foram os primeiros a difundir a cultura da vinha em terras de bárbaros. A expansão da vinha acompanhou a expansão do cristianismo. O alto Douro vinhateiro e a cultura da vinha na ilha do pico (grupo central, Açores), ambas as áreas classificadas pela Unesco, como património material da humanidade, sofreram adulterações nítidas, a nível estrutural, no Douro criaram-se socalcos, nas encostas íngremes e na ilha do Pico, construíram-se muros de pedra que protegem naturalmente a vinha dos ventos que fustigam a costa Açoriana. A seguir ao olival a vinha é a cultura mais dispersa pelo país, representa cerca de 196 mil hectares, dos quais 99% são destinados à produção de uva para vinho. Com 32% e 21%, Trás-os-Montes e o Ribatejo possuem respectivamente a maior superfície de vinha de Portugal, embora o Ribatejo, de acordo com as autoridades regionais,  ultrapassa-se a produção de vinho de Trás-os-Montes. A união europeia, representa cerca de 45% da área total de vinha e produz cerca de 60% do vinho que consome, Portugal goza de um posicionamento agradável, pois este é provavelmente um dos poucos produtos agrícolas em que Portugal é efectivamente independente.

 

Tesouro português

A região do alto Douro vinhateiro detém condições únicas para a criação de um produto único (vinho do porto). Os padrões climáticos muito peculiares desta região, verões extremamente quentes (4/5 meses secos)  e invernos muito frios, com valores de precipitação reduzidos (amplitude térmica anual forte), a qualidade do solo e o trabalho árduo de milhares de homem e mulheres ao longo de três séculos, são os principais factores de diferenciação dos jardins suspensos do alto Douro. As rivalidades económicas entre os estados europeus, estimularam o aparecimento de medidas de protecionismo económico. As medidas empreendidas pelo Conde da Ericeira, em Portugal visavam fomentar a indústria nacional, equilibrar a balança comercial portuguesa e reduzir fortemente a dependência de lanifícios ingleses. No entanto devido à pressão dos interesses quer da nobreza fundiária quer dos comerciantes britânicos, em 1703 foi assinado o tratado de Metheum, entre Portugal e Inglaterra, no qual o Portugal comprometia-se a aceitar sem restrições os panos de lã e outros lanifícios ingleses. Em contrapartida, Inglaterra reduzia as taxas alfandegárias sobre os vinhos nacionais, a partir de então os vinhos provenientes de Portugal, passaram a gozar de condições vantajosas quando exportados para aquele país. Com este tratado Portugal prejudicou a sua nova indústria, mas estimulou grandemente os viticultores que aumentaram e apuraram a sua produção. O vinho do Alto Douro (vinho do porto), ganhara novos mercados e apreciadores, em terras de sua majestade. Apercebendo-se das potencialidades deste produto, Marquês de Pombal,  legislou no sentido de fomentar a produção e exportação do vinho do Alto Douro, entre as medidas tomadas contam-se a criação da região demarcado do Alto Douro vinhateiro (primeira região vinícola demarcado do mundo) e a fundação da companhia dos vinhos do Alto Douro. Em 2001 a Unesco reconheceu este vasto e ímpar tesouro, como património material da humanidade, uma área que possui nos socalcos a identidade de um povo, que construiu a beleza natural, cultural, socioeconómica e educacional que são os jardins multicolores do Douro internacional.


A fome

A utilização de técnicas agrícolas arcaicas, a seca, as pragas, as inundações, a actividade sísmica e a instabilidade política (guerras) são os principais factores que levam à fome generalizada. A discrepância entre o estado de nutrição das populações mais desenvolvidas e as menos desenvolvidas é abissal. Grande parte das pessoas dos países desenvolvidos apresenta doenças, em grande parte resultantes de excessos alimentares, obesidade, diabetes e doenças cardio-vasculares, no entanto, em África e na Ásia morre uma pessoa a cada cinco segundos e dos cerca de 27 mil que morrem todos os dias, mais de metade são crianças, com carências de quantitativos alimentares na sua dieta (vitaminas, minerais e cálcio). As mulheres e as crianças são nitidamente os mais afetados pela problemática da fome. As mulheres genéricamente recebem quantitativos monetários seriamente inferiores aos dos homens e muitas delas nem tem oportunidade de estudar, viajar ou mesmo gerir as suas próprias propriedades. A independência é integralmente inexistente nos países mais conservadores, onde a igualdade de género ainda não se alcançou, quer por motivação religiosa, cultural e/ou social.  A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, concebeu plataformas de diálogo e aconselhamento em benefício das populações mais fragilizadas. Todos os dias são atirados para o lixo, centenas de alimentos, alimentos que dariam para alimentar cerca de 40 mil pessoas. O desperdício cometido (in)conscientemente por uns serviria para salvar milhares de vidas. Na realidade não se produzem poucos alimentos, a sua gestão é que é totalmente desregrada, obedecendo exclusivamene aos interesses dos grandes grupos comerciais,

O ermo do crepúsculo

De acordo com alguns cientistas o Phantera augusta, seria o antepassado directo do actual jaguar (Panthera onca). Aos poucos as suas dimensões teriam diminuído e as suas patas ter-se-iam reduzido proporcionalmente, num processo complexo, demorado e meticuloso. O seu ancestral, tal como, muitas outras espécies de mamíferos atravessaram o estreito de Bering. Durante as últimas glaciações o estreito de Bering (Pleistoceno), agregou o continente Asiático (Sibéria) ao Americano (Alasca), possibilitando a travessia de espécies para ambos os continentes. Após a conquista da América do norte total ou parcialmente, dirigiu-se para sul, onde na actualidade se concentra o grosso populacional. O jaguar é o maior predador da zona intertropical americana, a sua distribuição abrange cerca de dezanove países da América do sul e encontra-se presentemente ameaçado de extinção. A espécie apresenta o modelo mais complexo de malhas entre os grandes felídeos, pele clara com rosetas pretas à volta de pequenas pintas escura e irregulares. A audição e o olfato extraordinariamente apurados são os principais sentidos a labutar no jogo da sombra, desenrolado nos vários habitats em que sobrevive. Estabelece comunicação com os outros elementos da sua espécie, através de sinais auditivos (miadelas), visuais (arranhadelas nos trocos das árvores) e marcas odoríferas. A densidade populacional da espécie, depende directamente da densidade das presas, por sua vez, as presas dependem do grau de preservação do coberto vegetal. Encontrar o equilíbrio natural entre os animais e os habitats, promulga-se como um dos grandes objectivos a cumprir até ao fim do séc. XXI. A caça ilegal dizima, todos os anos, milhares de exemplares das oito subespécies de jaguares existentes, embora seja estritamente protegido por lei, todos os anos morrem milhares de felídeos, simplesmente para atender a caprichos de seres humanos corruptos. Quando se mata um jaguar, está-se visivelmente a afundar um navio de preciosidades naturais. A protecção das espécies deveria servir para desenvolver sustentavelmente as populações locais, o ecoturismo quando ocorrido de forma eficiente, regulada e sustentável, poderia ser o grande cúmplice na salvaguarda do felídeo mais ameaçado da fauna americana.


 

Serra Amarela

A serra Amarela integra-se no maciço granítico do Gerês (maciço antigo) no noroeste de Portugal continental. Em termos morfo-estruturais o maciço antigo, cobre cerca de 70% do território nacional, caracteriza-se essencialmente pela baixa capacidade de infiltração devido ao tipo de rochas abundantes.
No norte de Portugal, as serras do Gerês, Peneda, Soajo e Amarela (montanhas concordantes), constituem uma autêntica barreira de condensação. Os ventos húmidos atlânticos, são forçados a ascender as encostas voltadas ao mar. Neste processo, o ar arrefece, criando-se condições de condensação do vapor de água.  Formam-se nuvens e haverá grande probabilidade de ocorrência de precipitação. Após ultrapassar a maior barreira de condensação do norte de Portugal, os ventos continuam o seu percurso menos húmidos. Nesta zona geográfica verifica-se a existência de um micro-clima, com os menores valores de temperatura média anual, o maior número de dias com precipitação e os valores mais elevados de precipitação, cerca de 2600 mm, á imagem do que se verifica na cordilheira central (serra da Estrela, Açor, Lousã e Gardunha). Em termos faunísticos, não diverge muitos dos restantes sistemas montanhosos do parque nacional da Peneda-Gerês, devido á relativa proximidade e paridade do coberto vegetal existente. A sua riqueza ecológica, paisagística, geomorfológica, educacional, e cientifica evidência e difunde o reconhecimento, por parte das autoridade nacionais e internacionais, elevando a responsabilidade de gerir, conservar, valorizar e divulgar uma área com vários ecossistemas praticamente inalterados, onde a rainha é a vida selvagem.  

Foto de Travessia da Serra Amarela | Lindoso - Vilarinho

Ícone Australiano

Originado do continente Asiático, o dingo vive em pequenos grupos, organizados por uma hierarquia rígida, reproduz-se uma vez por ano, apresenta longos e aguçados caninos, pequenos incisivos e molares com cristas pontiagudas. Os primeiros dingos atingiram a costa Australiana à milhares de anos e rapidamente se apropriaram do território, pensa-se terem contribuído directamente para a regressão dos carnívoros marsupiais. O primeiro registo da espécie remonta ao séc. XVII, em 1699 Willian Dompier estudou a fauna Australiana e referenciou, como um exímio predador. Nos últimos anos apareceram muito movimentos, contra uma eventual protecção da espécie, justificando tal formalidade com o facto de ser uma espécie invasora no continente Australiano e provavelmente ter contribuindo para a regressão dos carnívoros marsupiais. Estando isolados os dingos Australianos podiam perfeitamente ter evoluído em divergência com seus conjugues Asiáticos, pequenas alterações morfológicas, novas técnicas de caça, uma nova forma de comunicação, qualquer pequeno desvio da raça pura (raça originária do continente Asiático), poderia claramente tornar-se genuíno. Nenhuma espécie fica estagnada no tempo, todas as espécies evoluem, num processo complexo e demorado, o dingo pode ter evoluído em conjugação com o meio ambiente, uma vez que a biodiversidade Australiana é completamente diferente da fauna e flora Asiática, desenvolvendo uma plena simbiose com o ecossistema, de tal forma, emaranhados que deram a hegemonia territorial ao ilustre predador Australiano, só suplantada pelo ser humano. No entanto, se a espécie, realmente evolui não por questões de adaptabilidade ao ecossistema existente, mas sim pelo cruzamento com cães domésticos, teoria, ainda não comprovada, vai evidentemente determinar a desvalorização da espécie, podendo catalogar -se como invasora e consequente não valorizada. O controlo das populações de herbívoros fica patente no canídeo mais criticado e menos valorizado do velho continente australiano.


Cão mapache

A cultura japonesa valoriza grandemente a natureza, as árvores e os animais autóctones do seu próprio país como o Cão Mapache ( Nyctereutes procyonoides) há centenas de anos que é exaltado e representado quer no folclore tradicional quer na estatuária japonesa. A espécie é relativamente inibida e pouco agressiva, é uma das poucas espécies de canídeos que consegue escalar às árvores. Após um período de 40/60 dias de gestação as fêmeas dão à luz 4/5 crias por ninhada, curiosamente as ninhadas são criadas por ambos os progenitores, enquanto um deles tenta encontrar alimento, o outro cuida das crias irrequietas. Invertebrados, bagas, sementes, frutos, lagartos, e pequenos roedores são alguns dos alimentos consumidos pela espécie (omnívoro). Com o começar do inverno, tal como, muitas outras espécies de mamíferos, o Tanuki (Cão Mapache em japonês) hiberna, para poupar a preciosa energia, obtida ao longo dos meses de maior abundância de alimentos (primavera e verão). Atualmente a espécie, pode ser encontrada em territórios tão longínquos como a ex. União soviética, a França, entre outros.  O Tanuki, foi trazido para a  Eurásia com um   intuito predominantemente comercial, a utilização das suas peles. Primordialmente eram criados somente em cativeiro, no entanto, acabaram por ser soltos alguns indivíduos para a práctica de uma actividade muito valorizada na altura, a caça. Aparentemente a sua presença em territórios tão longínquo não acarretou qualquer desequilíbrio ecológico, a espécie abunda nas montanhas, planícies e nos bosques escandinavos e bálticos. Actualmente representa 11% do total de animais caçados no Japão e 23% dos canídeos utilizados no comércio ilegal de peles na Rússia Siberiana. A proteção das espécies autóctones é decisiva para a criação da nossa própria identidade sociocultural, pois os valores cultural, por vezes, convergem em plena simbiose com as espécies  que nos rodeiam e que merecem respeito e dignificação.


Parque natural da Ria Formosa

Localizado no sotavento Algarvio, o Parque Natural foi criado em 1987, ocupando uma extensão de 18.400 hectares (60 km), abrangendo parte dos concelhos de Loulé, faro, Olhão e vila Real de st. António. É uma área de interesse nacional, que se caracteriza por paisagens semi-naturais e humanizadas sendo exemplo da integração harmoniosa das populações humanas na natureza. O Lido de faro vulgarmente evocado ”Ria Formosa” é um sistema lagunar com zonas de sapal, canais, zonas de vasa, um cordão de ilhas e penínsulas arenosas, resultantes da acumulação de sedimentos, arrastados pelas correntes marítimas. O Parque Natural apresenta uma grande diversidade de fauna e flora, salientando-se as espécies vegetais de habitat dunar e pré-dunar, que apresentam um papel relevante na fixação das dunas. A fauna é constituída por múltiplas espécies de mamíferos, anfíbios e aves migradoras como o flamingo,  pato-tombreta e o pato-real entre muitas outras espécies. O Lido de Faro, dispõe de condições favoráveis ao desenvolvimento da fauna piscícola, é local de procriação e desova de espécies como a dourada o robalo e bivalves. Aqui cultiva-se cerca de 80% da produção nacional de amêijoa. Proteja o ex-libris algarvio e diga não ao expansionismo humano.    



Sibéria

Com 13 mil km2, a sibéria ocupa 58% do território russo. É território selvagem, rude onde só os mais fortes prosperam. Durante o inverno, o sol não ultrapassa o horizonte e a temperatura desce frequentemente abaixo dos 300 negativos. O verão ártico que dura aproximadamente dois meses, os dias são longos, o sol practicamente não se põe e a temperatura média é de 50. As imensas planícies geladas siberianas, albergam as maiores populações de lobo da eurásia (40 mil lobos). As alcateias são grupos com uma hierarquia social bem definida, a chefia é compartilhada por um macho e uma fêmea a quem se subordinam os outros membros. Esta organização favorece a sobrevivência do grupo, facilitando a defesa, reprodução, alimentação e proteção das crias. Outro sobrevivente das estepes russas, a gazela da Pérsia, chegou a percorrer a Ásia central aos milhares, mas a caça furtiva, diminuiu drasticamente as suas populações, classificada actualmente como vulnerável, a espécie tem progredido nos últimos anos.  Ao longo do processo de domesticação o homem inconscientemente, cruzou animais domésticos com animais selvagens. O cruzamento com animais domésticos alterou em parte o ADN de algumas espécies de animais selvagens como por exemplo o cavalo selvagem da Sibéria. O cavalo selvagem da Sibéria, cruzou-se com cavalos domésticos, no entanto, anos de isolação, modificaram-no, evoluiu em conformidade com condições ambientais. A pelagem que funciona como uma camada isolante para evitaras perdas de calor do corpo desenvolveu-se mais, entre outras alterações, dando origem a uma espécie de cavalo autóctone desta zona geográfica.
O povo nómada Iacatus, sobrevive nas estepes geladas russas, graças as suas manadas de renas, as renas são animais resistentes, podendo chegar a percorrer vários quilómetros por dia e fornecem: carne; leite e pele (vestuário) ao povo iacatus. Neste vasto território existe um dos animais mais resistentes ao frio. A salamandra das estepes russas, apresenta simetria bilateral com o corpo alongado e achatado e pode permanecer vários anos congelada, só o degelo primaveril, acorda este réptil poiquilotérmico único.


Água

A água é um bem essencial, indispensável à sobrevivência dos organismos. De toda a água existente na terra 97, 5 % é salgada e existe nos oceanos e mares. Apenas uma diminuta parcela da água existente pode ser utilizada para o consumo humano, recursos hídricos disponíveis ( lagos, rios, albufeiras, aquíferos e ribeiros ). Na realidade o homem consume 45 vezes mais àgua do que há 300 anos, devido ás mudanças estruturais na sociedade (crescimento demográfico, revolução industrial). A água doce ainda é utilizada com grande desperdício no consumo doméstico (autoclismo, higiene pessoal, lavagens de roupa), na agricultura ( irrigação não controlada ) e nas actividades industriais ( ex: para produzir um kg de papel são necessários de 200 a 800 litros de água). A gestão danosa e o consumo abusivo colocam um problema de sustentabilidade nos recursos hídricos disponíveis. A protecção das redes hidrográficas garante a sobrevivência e manutenção da biodiversidade do nosso “planeta azul”.

Gorila (maior primata da terra)

A ternura do gorila em relação às suas crias desmente o mito king kong, escreveu a defensora dos gorilas Diam Fossey (dedicou a sua vida à observação e proteção deste majestoso animal, seria morta por caçadores furtivos em Dezembro de 1985).
O gorila é um mamífero pacifico, sociável e robusto, que habita  nas florestas tropicais (região do Golfo da Guiné), planícies (Zaire oriental, Ruanda, Burundi, Uganda) e montanha ( vertentes dos Montes Viruga).
Juntamente com o chimpanzé o gorila é o animal que mais se assemelha ao ser humano.
A evolução humana coincidiu com a dos primatas africanos, pensa - se que começaram a divergir há 10/ 20 milhões de anos, pesquisas paleontológicas, comprovaram a veracidade da afirmação.
A falta de agilidade devido ao grande peso, obriga -o a permanecer em terra firme, e a realizar os seus próprios abrigos com folhas e ramos no solo.
Durante muito tempo, o homem considerou o gorila “ meio homem meio besta e persegui-o (carne, zoos etc).

Peste Negra

No século XIV houve uma grande quebra demográfica devido a factores como a fome, Peste Negra, conflitos armados, falta de higiene e o próprio clima em termos europeus voltou a piorar, tornou-se menos aprazível para a produção agrícola.
A produção de alimentos estagnou, os salários diminuíram e os preços dos alimentos inflacionaram , as pessoas não tinham capacidade para comprar os bens essenciais à sua sobrevivência ( subnutrição), logo vão ficar mais susceptiveis às doenças (dai o grande alastrar da peste).
A Peste Negra tem origem em Cafta (cidade na actual Turquia) é expandida ao longo das rotas comercias ( rotas comercias terrestres e maritima ).
Os flagelantes, homens que percurriam povoação a povoação a chicotearem-se de forma a serem perdoados dos seus pecados, são, provavelmente o grande  motor de propagação da peste.
A Peste Negra teve impactos extremamentenefastos na sociedade e economia europeia.
As ordens medicantes, ordens que vivem de esmolas e prestavam assistência médica aos mais necessitados, com o difundir da Pestre  Negra, ganham importância, apesar das arcaicas técnicas utilizadas. 

 

A mãe da humanidade

Ao longo da sua evolução, o ser humano passou de recolector a pastor e a agricultor.
As técnicas utilizadas diferem de região para região, consoante o desenvolvimento da população local.
A agricultura tradicional alimenta mais de, metade da população mundial, expressão máxima nos países em desenvolvimento.
A economia familiar assenta numa agricultura de subsistência, que por norma não é suficiente para os abastar (técnica rudimentares e pouca produtividade).
Embora a agricultura intensiva continua a ser a forma mais eficaz e barata de obter alimento, nos últimos anos, tem havido um forte empenho em divulgar e promover a agricultura extensiva e biológica onde predominam técnicas relativamente tradicionais, sem impactos avultados na vida animal/ vegetal adjacente ( biodiversidade ), e a qualidade natural dos produtos vegetais/ animais é excepcional e garantida.
Assim a agricultura biológica afirma – se como a agricultura no seculo XXI.


 

A supremacia ilusória do homem

O homem escreveu uma página do grande livro "a terra”.
O homem fez questão de garantir a sua superioridade e importância, fundindo-a nas majestosas pirâmides egípcias e nos templos greco-romanos erguidos em nome dos deuses atenienses e dos imperadores que gananciosamente absorviam toda a riqueza.
Perante a sua pequenez e incapacidade biológica/hereditária, o Homem conseguiu avolumar mecanismos que o permitiram alcançar os seus objectivos.
O ser humano sempre sonhou em conquistar os céus, apesar de não ter asas, criou mecanismos que o permitiram voar “avião, balão de ar quente entre outros”. Com as suas capacidades conseguiu ser rei dos céus, do mar e da terra.
presentemente usufrui, utiliza, recicla e molda tudo á sua volta até atingir os seus objectivos por vezes sínicos e egocêntricos
A nossa própria ganancia  afundou-nos em problemas ambientais irresolúvel, obviamente abdicamos da preservação ambiental, desde a água que bebemos até ao ar que respiramos tudo está catastroficamente poluído. As fábricas poluem indiscriminadamente, o expansionismo urbano multiplica-se diariamente, os pesticidas poluem os aquíferos, a caça abusiva leva espécies á beira da extinção, os incêndios e o abate ilegal de árvores, minoram a biodiversidade e aumentam os níveis de dióxido carbono.
As actividades humanas desgastam todo o planeta, as reservas naturais disponíveis esgotam-se, caminhamos Contemporaneamente para o abismos pelas nossas próprias mãos.  





O cavalo do deserto

Com temperaturas que oscilam entre os 45 °C , no verão e os – 40°C   no inverno, o deserto de Gobi ocupa um extensão de 1.295.000 em km² da Mongólia e da República Popular da China.
O camelo (camelus bactrianus) esta inteiramente adaptado ás condições hostis do meio.
Convive em perfeita simbiose com as plantas duras e espinhosa, espécies que lhe servem de alimento, come parte delas, o que parece estimular o crescimento dessas espécies vegetais.
Pode resistir a grandes períodos de tempo sem comer nem beber (2/3 semanas), e 
100 litros de água são o suficiente para percorrer o deserto, guiado pelos nómadas da Mongólia.
O Camelus bactrianus é a principal fonte de alimento, energia e rendimento dos nómadas.
Ingerem o seu leite, queijo, carne,  vestem as suas peles, acendem as lareiras com os seus excrementos secos, única fonte de energia que utilizam e  proporciona uma chama duradoura quase sem fumo. O grosso populacional deste mamífero, encontra-se domesticado pelas comunidades locais. 
Os camelos sãos os donos do tempo antigo que garantem a sobrevivência das gentes nómadas em meios hostis, áridos e repletos de vida ocultada nas ondas de areia. 



  

Islândia

A Islândia é um dos territórios com maior actividade vulcânica do mundo. É uma ilha relativamente recente, uma série de erupções na Dorsal Média Atlântica determinaram a sua criação.
Em 2010 o vulcão Eyjafjallajökull expeliu centenas de toneladas de cinza vulcânica tóxica, além das condicionantes às actividade humanas, causaram impacto ambiental colossal. Os ventos que assolam a ilha, varrem as cinzas tóxicas e as plantas conseguirão em breve fixar as raízes no solo, a vida voltará ás zonas directamtne afectadas pelo senhor do tempo antigo (vulcão Eyjafjallajökull). O seu isolamento contribuiu para a diferenciação em termos de biodiversidade, as espécies evoluíram de forma diferenciada. A raposa do árctico em contrate com a raposa do ártico da Eurásia, não muda a cor da pelagem no inverno, devido á inexistência de predadores naturais avultados. Costuma enterrar alimentos em pequenos esconderijos para sobreviver á rigidez dos invernos nórdicos. Os cavalos foram deslocados para ilha pelos vikings em algumas gerações, sofreram enormes alterações físicas, o pelo cresceu, membros mais fortes entre outras, concebendo uma espécie de cavalos adaptados ao meio ambiente adverso.



Ferro

O ferro é um mineral metálico, que se encontra no subsolo (natureza). O mineral passa por um processo de limpeza e purificação, posteriormente é encaminhado para uns fornos de grandes dimensões criados para o efeito, onde é exposto a elevadas temperaturas.
É relativamente flexível e é vagamente empregado  no fabrico de automóveis, construção civil, industria entre outras aplicações.
As minas deste mineral metálico estão a sofrer uma subexploração, devido à ampliação gradual da população como dos seus bens, muitos deles são parcialmente ou totalmente feitos de ferro.
Não se sabe ao certo quanto tempo leva a degradar-se no meio ambiente, mas sabe-se que é prejudicial para a natureza.
A solução passará, quiçá, por uma reutilização deste material a fim de minguar os impactos ambientais. 



Garrano (símbolo selvagem português)

Em 1867, foram descobertos vestígios do Eohlipus, o seu antepassado directo (65 milhões de anos). O garrano cujo nome deriva do Galego, separou-se das restantes espécies de cavalos selvagens europeias no período quarternário (cenozoico). A área geográfica da espécie, suprimiu ao longo dos anos, coabita actualmente a cadeia granítica do Gerês que integra as serras do Gerês, Amarela e Peneda (montanhas concordantes). Espécies usurpadoras de cavalos tem invadido, infelizmente o habitat natural do Garrano, por sua vez, simbolizam um perigo para a protecção de um património genético ímpar.  A candidatura da espécie a património nacional é a salvaguarda de um património genético único no mundo, garantindo a sucessão da espécie para o deslumbre das gerações vindouras.
Proteger e valorizar a biodiversidade portuguesa cabe-nos a nós seres humanos supostamente racionais. 

Sisão

O sisão pertence à ordem dos gruiformes, e é um parente próximo da abetarda. 
Aparece maioritariamente interligado a zonas de culturas cerealíferas e de pousio (agricultura tradicional).
As suas comunidades distribuem-se desde o norte de África (Marrocos), Europa  até à Ásia central.   
Em contraste com as populações centro/norte Europeias que tem vindo a regredir, as populações em Portugal e Espanha (15.000 e 200.000, respetivamente), encontram-se  relativamente estáveis.
A maior densidade nacional concentra-se nas planícies alentejanas (Alto e baixo Alentejo), devido a factores relacionados com a prática de uma agricultura tradicional e com a abolição dos pesticidas, garante-se  alimento e refugio ao Sisão e a uma multiplicidade de espécies que estão estritamente ligadas à pratica de uma agricultura tradicional, distanciada de mecanismos modernos europeus.
Paralelamente às culturas cerealíferas está sempre um período de repouso da terra (pousio), que possibilita a recuperação natural dos minerais que vão tornar o solo mais fértil e melhorar o aproveitamento dos mesmos. Havendo assim um ponderação entre a exploração humana e a preservação ambiental.
No entanto a substituição das culturas tradicionais por culturas intensivas e replectas de pesticidas, são um factor negativo que pode por em risco a típica fauna da planície infinitamente doirada.


Floreta mediterrânica

A floresta mediterrânica esta adaptada á moderada amplitude térmica anual, verões quente e secos (fortemente influenciados pela massa de ar quente vinda do norte de África) e invernos com valores de precipitação, por vezes, irregulares e insuficiente. Caracterizando-se por árvores de folha persistente, com folhas pequenas (reduzem a perda de agua), raízes profundas e ramificas, troncos revestidos por casca espessa (cortiça).Todo este ecossistema suporta uma fauna extraordinariamente rara, lobo ibérico, lince ibérico, sisão, abetarda, garrano (existe nas serra do norte de Portugal, população cerca de 500 indivíduos, vive em estado semi-selvagem), rato-cabreira, salamandra lusitana, grifo (maior comunidade nacional parque natural do tejo), entre muitas outras espécies. Existem algumas actividades como a extração de cortiça ou a pastorícia que contribuem para a exploração harmoniosa e sustentável dos recursos naturais disponíveis. A pastorícia quando exercida de forma eficiente e atenuada, revela-se um potencial aliado das massas florestais, trazendo múltiplos benefícios para o solo e para o arvoredo, os estrumes dos animais fertilizam os solos, neutralizando os processos de erosão, ajudam na dispersão de sementes e entre muitas outras vantagens. A extração de cortiça é uma simbiose entre o homem e a natureza, o homem retira-a do sobreiro sem prejudicar a sua saúde. Matéria-prima que tem ganho visibilidade. Utiliza-se no calçado, no isolamento de edifícios e entre muitas outras aplicações. A preferência por artigos de cortiça é uma mais-valia para a preservação deste tipo de floresta e acabamos por apoiar a economia portuguesa (Portugal é o maior exportador de cortiça do mundo). Infelizmente vastas áreas de floresta mediterrânica foram “moldadas” e transformadas em culturas cerealíferas, centeio, trigo, árvores de fruto ou em plantações intensivas do demoníaco eucalipto, extraordinariamente rentável para os proprietários (rápida regeneração). Mas as floretas artificiais de eucalipto acarretam sérios problemas para o solo, é uma espécie de árvore que carece de grandes quantidades de água e pode mesmo chegar a esgotar as reservas de água no subsolo.Os terrenos agrícolas ficam podre, ressequidos e inférteis para a agricultura. Devido á utilização inconsciente e abusiva dos solos a típica floreta mediterrânica tem dado lugar a uma vegetação secundária ( Garrigue, Maquis).  

Burro selvagem africano

Antepassado do burro doméstico, o burro selvagem africano (equus africanus), divide-se em duas sub-espécies, o burro selvagem da Somália (população cerca de 600 indivíduos)e o burro selvagem de Núbia (população cerca de 100 indivíduos, estado de conservação criticamente ameaçado de extinção , sem qualquer plano de reintegração).
As duas espécies de burro selvagem africano estão perfeitamente adaptadas á vida em zonas inóspita, secas e áridas, com temperaturas que podem rondar os 50º grau Celcius.
Vivendo em regiões com um défice de precipitação e humidade as reservas de água doce disponíveis são escassas ou mesmo inexistentes.
O burro retira alguma da humidade de que necessita das gramíneas, folhas e cascas e quando não chega pode mesmo ingerir água salobra.
Tem um plumagem lisa ,curta e clara.

Yosemite

 A vida selvagem subsistiu neste vasto território protegido do assassino “o homem”.
Yosemite ficou estagnado no tempo, conseguiu manter-se igual ao que era a alguns séculos, mantendo a sua autenticidade natural.
O processo de evolução e o expansionismo urbano, mutilaram e aniquilaram extensas áreas de floresta virgem.
Yosemite é uma miragem incandescente que se rasga num feixe de luz entrincheirado entre as leis ancestrais escritas pela natureza, entre o mar e a serra.
As zonas albinas salpicam o parque de elevações acentuadas, podendo chegar aos 4.000 metro.
Os prados revestidos de vegetação rasteira e endémica são predominantemente cursados por manadas de veados e outros animais, que desempenham um papel importante na consistência ecológica.
Carnívoros como o urso-negro, o lince-pardo, e a raposa controlam as populações de herbívoros existentes nos vários tipos de floresta, que coexistem, nesta área geográfica.
O veado-mula, o pica-pau, a lontra, o alce, o açor e o esquilo sendo espécies de colossal valor ecológico e devido às suas características físico-morfológicas sempre fascinaram o ser humano de forma relutante, sendo que algumas delas foram caçadas durante séculos, contemporaneamente  estão protegidsa por lei.
Os cursos de água rasgam as encostas verdejantes das zonas albinas, como lágrimas que escorrem no rosto inocente de uma criança.
Ao longo da fronteira do parque observa-se uma degradação dos habitats mistos (floresta de coníferas, carvalhos), e deve-se à ganância do homem. A  subexploração dos recursos naturais disponíveis, a curto médio prazo, implicará  o seu desaparecimento total ou parcialmente e apesar das massas vegetais serem consideradas, um recurso renovável  a danosa gestão das mesmas, poderá hipotecar a continuidade da floresta, porque mesmo sendo um recurso renovável, se eventualmente a cada dez anos houver um incêndio  ou uma ação de desflorestação a renovação florestal, ficará claramente em causa.

veado de kaibad (Arizona)

A população era estável, com um numero de indivíduos inferior ao que o pasto poderia alimentar.
Em inicios do século XX, foi realizada uma campanha que visava a eliminação dos predadores naturais do veado do planalto de kaibad (puma,coiote), com o objectivo de o proteger.
Deste modo a população passou de 4000 para 100.000 veados em apenas 13 anos.
Este aumento progressivo teve impactos catastróficos no pasto, o pisoteio excessivo e a pastagem intensiva  a reduziram  a capacidade de regeneração do pasto, repercutindo-se na população de veados.
Incapacitada e sem meios de sobrevivência a população suprimiu, definhou e evidentemente a taxa de mortalidade escalou a pico, o futuro era negro para o viado de kaibad.
Com o passar dos anos deu-se o regresso do predadores e a situção regularizou-se.