A utilização de técnicas agrícolas arcaicas, a seca, as
pragas, as inundações, a actividade sísmica e a instabilidade política (guerras)
são os principais factores que levam à fome generalizada. A discrepância entre o
estado de nutrição das populações mais desenvolvidas e as menos desenvolvidas
é abissal. Grande parte das pessoas dos países desenvolvidos apresenta doenças,
em grande parte resultantes de excessos alimentares, obesidade, diabetes e
doenças cardio-vasculares, no entanto, em África e na Ásia morre uma pessoa a cada
cinco segundos e dos cerca de 27 mil que morrem todos os dias, mais de metade
são crianças, com carências de quantitativos alimentares na sua dieta (vitaminas,
minerais e cálcio). As mulheres e as crianças são nitidamente os mais afetados
pela problemática da fome. As mulheres genéricamente recebem quantitativos monetários
seriamente inferiores aos dos homens e muitas delas nem tem oportunidade de
estudar, viajar ou mesmo gerir as suas próprias propriedades. A independência é
integralmente inexistente nos países mais conservadores, onde a igualdade de género
ainda não se alcançou, quer por motivação religiosa, cultural e/ou social. A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e Agricultura, concebeu plataformas de diálogo
e aconselhamento em benefício das populações mais fragilizadas. Todos os dias
são atirados para o lixo, centenas de alimentos, alimentos que dariam para
alimentar cerca de 40 mil pessoas. O desperdício cometido (in)conscientemente
por uns serviria para salvar milhares de vidas. Na realidade não se produzem poucos alimentos, a sua gestão é que é totalmente desregrada, obedecendo exclusivamene aos interesses dos grandes grupos comerciais,
O ermo do crepúsculo
De acordo com alguns cientistas o Phantera augusta, seria o
antepassado directo do actual jaguar (Panthera onca). Aos poucos as suas dimensões
teriam diminuído e as suas patas ter-se-iam reduzido proporcionalmente, num
processo complexo, demorado e meticuloso. O seu ancestral, tal como, muitas
outras espécies de mamíferos atravessaram o estreito de Bering. Durante as
últimas glaciações o estreito de Bering (Pleistoceno), agregou o continente Asiático (Sibéria) ao Americano (Alasca), possibilitando a travessia de espécies para ambos
os continentes. Após a conquista da América do norte total ou parcialmente, dirigiu-se
para sul, onde na actualidade se concentra o grosso populacional. O jaguar é o maior
predador da zona intertropical americana, a sua distribuição abrange cerca de dezanove países da América do sul e encontra-se presentemente ameaçado
de extinção. A espécie apresenta o modelo mais complexo de malhas entre os grandes felídeos,
pele clara com rosetas pretas à volta de pequenas pintas escura e irregulares. A
audição e o olfato extraordinariamente apurados são os principais sentidos a
labutar no jogo da sombra, desenrolado nos vários habitats em que sobrevive. Estabelece
comunicação com os outros elementos da sua espécie, através de sinais auditivos
(miadelas), visuais (arranhadelas nos trocos das árvores) e marcas odoríferas. A
densidade populacional da espécie, depende directamente da densidade das presas, por sua vez, as presas dependem do grau de preservação do coberto vegetal.
Encontrar o equilíbrio natural entre os animais e os habitats, promulga-se como
um dos grandes objectivos a cumprir até ao fim do séc. XXI. A caça ilegal
dizima, todos os anos, milhares de exemplares das oito subespécies de jaguares
existentes, embora seja estritamente protegido por lei, todos os anos morrem
milhares de felídeos, simplesmente para atender a caprichos de seres humanos corruptos.
Quando se mata um jaguar, está-se visivelmente a afundar um navio de preciosidades
naturais. A protecção das espécies deveria servir para desenvolver sustentavelmente
as populações locais, o ecoturismo quando ocorrido de forma eficiente, regulada
e sustentável, poderia ser o grande cúmplice na salvaguarda do felídeo mais ameaçado
da fauna americana.
Serra Amarela
A serra Amarela integra-se no maciço granítico do Gerês (maciço antigo) no noroeste de Portugal continental. Em termos morfo-estruturais
o maciço antigo, cobre cerca de 70% do território nacional, caracteriza-se essencialmente
pela baixa capacidade de infiltração devido ao tipo de rochas abundantes.
No norte de Portugal, as serras do Gerês, Peneda, Soajo e Amarela (montanhas
concordantes), constituem uma autêntica barreira de condensação. Os ventos húmidos
atlânticos, são forçados a ascender as encostas voltadas ao mar. Neste
processo, o ar arrefece, criando-se condições de condensação do vapor de água. Formam-se nuvens e haverá grande probabilidade
de ocorrência de precipitação. Após ultrapassar a maior barreira de condensação
do norte de Portugal, os ventos continuam o seu percurso menos húmidos. Nesta zona
geográfica verifica-se a existência de um micro-clima, com os menores valores
de temperatura média anual, o maior número de dias com precipitação e os
valores mais elevados de precipitação, cerca de 2600 mm, á imagem do que se
verifica na cordilheira central (serra da Estrela, Açor, Lousã e Gardunha). Em termos
faunísticos, não diverge muitos dos restantes sistemas montanhosos do parque
nacional da Peneda-Gerês, devido á relativa proximidade e paridade do coberto
vegetal existente. A sua riqueza ecológica, paisagística, geomorfológica,
educacional, e cientifica evidência e difunde o reconhecimento, por parte das
autoridade nacionais e internacionais, elevando a responsabilidade de gerir, conservar,
valorizar e divulgar uma área com vários ecossistemas praticamente inalterados,
onde a rainha é a vida selvagem.
Ícone Australiano
Originado do continente Asiático, o dingo vive em pequenos
grupos, organizados por uma hierarquia rígida, reproduz-se uma vez por ano, apresenta longos e aguçados caninos, pequenos incisivos e molares com cristas
pontiagudas. Os primeiros dingos atingiram a costa Australiana à milhares de
anos e rapidamente se apropriaram do território, pensa-se terem contribuído directamente para a regressão dos carnívoros marsupiais. O primeiro registo da espécie remonta
ao séc. XVII, em 1699 Willian Dompier estudou a fauna Australiana e referenciou,
como um exímio predador. Nos últimos anos apareceram muito movimentos, contra uma
eventual protecção da espécie, justificando tal formalidade com o facto de ser
uma espécie invasora no continente Australiano e provavelmente ter
contribuindo para a regressão dos carnívoros marsupiais. Estando isolados os
dingos Australianos podiam perfeitamente ter evoluído em divergência com seus
conjugues Asiáticos, pequenas alterações morfológicas, novas técnicas de caça,
uma nova forma de comunicação, qualquer pequeno desvio da raça pura (raça originária
do continente Asiático), poderia claramente tornar-se genuíno. Nenhuma espécie fica
estagnada no tempo, todas as espécies evoluem, num processo complexo e demorado, o dingo pode ter evoluído em conjugação com o meio ambiente, uma vez que a
biodiversidade Australiana é completamente diferente da fauna e flora Asiática, desenvolvendo
uma plena simbiose com o ecossistema, de tal forma, emaranhados que deram a hegemonia
territorial ao ilustre predador Australiano, só suplantada pelo ser humano. No entanto,
se a espécie, realmente evolui não por questões de adaptabilidade ao
ecossistema existente, mas sim pelo cruzamento com cães domésticos, teoria,
ainda não comprovada, vai evidentemente determinar a desvalorização da espécie,
podendo catalogar -se como invasora e consequente não valorizada. O controlo das
populações de herbívoros fica patente no canídeo mais criticado e
menos valorizado do velho continente australiano.
Cão mapache
A cultura japonesa valoriza grandemente a natureza, as
árvores e os animais autóctones do seu próprio país como o Cão Mapache ( Nyctereutes procyonoides) há centenas
de anos que é exaltado e representado quer no folclore tradicional quer na
estatuária japonesa. A espécie é relativamente inibida e pouco agressiva, é uma
das poucas espécies de canídeos que consegue escalar às árvores. Após um período
de 40/60 dias de gestação as fêmeas dão à luz 4/5 crias por ninhada,
curiosamente as ninhadas são criadas por ambos os progenitores, enquanto um deles
tenta encontrar alimento, o outro cuida das crias irrequietas. Invertebrados,
bagas, sementes, frutos, lagartos, e pequenos roedores são alguns dos alimentos
consumidos pela espécie (omnívoro). Com o começar do inverno, tal como, muitas
outras espécies de mamíferos, o Tanuki (Cão Mapache em japonês) hiberna, para poupar
a preciosa energia, obtida ao longo dos meses de maior abundância de alimentos (primavera
e verão). Atualmente a espécie, pode ser encontrada em territórios tão longínquos
como a ex. União soviética, a França, entre outros. O Tanuki, foi trazido para a Eurásia com um intuito predominantemente comercial, a utilização das suas peles. Primordialmente eram criados somente em
cativeiro, no entanto, acabaram por ser soltos alguns indivíduos para a práctica
de uma actividade muito valorizada na altura, a caça. Aparentemente a sua
presença em territórios tão longínquo não acarretou qualquer desequilíbrio ecológico,
a espécie abunda nas montanhas, planícies e nos bosques escandinavos e bálticos.
Actualmente representa 11% do total de animais caçados no Japão e 23% dos canídeos
utilizados no comércio ilegal de peles na Rússia Siberiana. A proteção das espécies
autóctones é decisiva para a criação da nossa própria identidade sociocultural,
pois os valores cultural, por vezes, convergem em plena simbiose com as espécies
que nos rodeiam e que merecem respeito e
dignificação.
Parque natural da Ria Formosa
Localizado no sotavento Algarvio, o Parque Natural foi
criado em 1987, ocupando uma extensão de 18.400 hectares (60 km), abrangendo parte
dos concelhos de Loulé, faro, Olhão e vila Real de st. António. É uma área de
interesse nacional, que se caracteriza por paisagens semi-naturais e
humanizadas sendo exemplo da integração harmoniosa das populações humanas na natureza.
O Lido de faro vulgarmente evocado ”Ria Formosa” é um sistema lagunar com zonas
de sapal, canais, zonas de vasa, um cordão de ilhas e penínsulas arenosas, resultantes
da acumulação de sedimentos, arrastados pelas correntes marítimas. O Parque Natural
apresenta uma grande diversidade de fauna e flora, salientando-se as espécies vegetais
de habitat dunar e pré-dunar, que apresentam um papel relevante na fixação das
dunas. A fauna é constituída por múltiplas espécies de mamíferos, anfíbios e aves
migradoras como o flamingo, pato-tombreta e o pato-real entre muitas
outras espécies. O Lido de Faro, dispõe de condições favoráveis ao desenvolvimento
da fauna piscícola, é local de procriação e desova de espécies como a dourada o
robalo e bivalves. Aqui cultiva-se cerca de 80% da produção nacional de amêijoa.
Proteja o ex-libris algarvio e diga não ao expansionismo humano.
Sibéria
Com 13 mil km2, a sibéria ocupa 58% do território
russo. É território selvagem, rude onde só os mais fortes prosperam. Durante o
inverno, o sol não ultrapassa o horizonte e a temperatura desce frequentemente
abaixo dos 300 negativos. O verão ártico que dura aproximadamente
dois meses, os dias são longos, o sol practicamente não se põe e a temperatura
média é de 50. As imensas planícies geladas siberianas, albergam as
maiores populações de lobo da eurásia (40 mil lobos). As alcateias são grupos
com uma hierarquia social bem definida, a chefia é compartilhada por um macho e
uma fêmea a quem se subordinam os outros membros. Esta organização favorece a
sobrevivência do grupo, facilitando a defesa, reprodução, alimentação e
proteção das crias. Outro sobrevivente das estepes russas, a gazela da Pérsia,
chegou a percorrer a Ásia central aos milhares, mas a caça furtiva, diminuiu
drasticamente as suas populações, classificada actualmente como vulnerável, a
espécie tem progredido nos últimos anos.
Ao longo do processo de domesticação o homem inconscientemente, cruzou
animais domésticos com animais selvagens. O cruzamento com animais
domésticos alterou em parte o ADN de algumas espécies de animais selvagens como
por exemplo o cavalo selvagem da Sibéria. O cavalo selvagem da Sibéria,
cruzou-se com cavalos domésticos, no entanto, anos de isolação, modificaram-no,
evoluiu em conformidade com condições ambientais. A pelagem que funciona como
uma camada isolante para evitaras perdas de calor do corpo desenvolveu-se mais,
entre outras alterações, dando origem a uma espécie de cavalo autóctone desta
zona geográfica.
O povo nómada Iacatus, sobrevive nas estepes geladas russas,
graças as suas manadas de renas, as renas são animais resistentes, podendo
chegar a percorrer vários quilómetros por dia e fornecem: carne; leite e pele
(vestuário) ao povo iacatus. Neste vasto território existe um dos animais mais
resistentes ao frio. A salamandra das estepes russas, apresenta simetria bilateral com
o corpo alongado e achatado e pode permanecer vários anos congelada, só o degelo
primaveril, acorda este réptil poiquilotérmico único.
Água
A água é um bem essencial, indispensável à sobrevivência dos
organismos. De toda a água existente na terra 97, 5 % é salgada e existe
nos oceanos e mares. Apenas uma diminuta parcela da água existente pode ser
utilizada para o consumo humano, recursos hídricos disponíveis ( lagos, rios, albufeiras,
aquíferos e ribeiros ). Na realidade o homem consume 45 vezes mais àgua do que
há 300 anos, devido ás mudanças estruturais na sociedade (crescimento
demográfico, revolução industrial). A água doce ainda é utilizada com grande
desperdício no consumo doméstico (autoclismo, higiene pessoal, lavagens de
roupa), na agricultura ( irrigação não controlada ) e nas actividades
industriais ( ex: para produzir um kg de papel são necessários de 200 a 800
litros de água). A gestão danosa e o consumo abusivo colocam um problema de
sustentabilidade nos recursos hídricos disponíveis. A protecção das redes
hidrográficas garante a sobrevivência e manutenção da biodiversidade do nosso “planeta
azul”.
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